Por Suely Tambalo
Volta e meia o assunto vem à tona, especialmente na mídia:
“Pesquisas apontam que alongar antes dos treinos reduz o desempenho dos
esportistas, diminuindo a força e a potência.”
Bem, vamos definitivamente pensar juntos sobre esta questão
e tirar quaisquer dúvidas que pairem especificamente em relação ao nosso
trabalho com o método Pilates.
Em primeiro lugar, checar a fonte da notícia, se possível,
ver o artigo cientifico na íntegra e analisar as condições do estudo, também
nos ajudarão a avaliar melhor sua aplicabilidade em nosso trabalho.
Isso porque, existem poucos bons e sérios estudos que falam
sobre esse tema e, dentre estes há resultados opostos: efeito negativo na
performance e efeito positivo na performance.
A perda momentânea (até 10 minutos após o alongamento
estático) de força e potência causada pela melhora da flexibilidade é
compensada por ganhos importantes em longo prazo, tais como: ganho de amplitude
de movimento e distribuição homogenia de sobrecargas mecânicas pelas
articulações, preservação das estruturas articulares, manutenção da postura
ótima.
Lembrando que esse efeito ocorre apenas em atividades que
exijam muita força e velocidade, tais como provas de velocidade (corrida e nado
de curtas distâncias), arremessos de peso, levantamento de peso.
Então vejamos:
Nas aulas de Pilates realizamos antes, durante e ao
final,alongamentos dinâmicos correspondendo, podemos assim dizer, a 99% do
tempo de aula. Essa é uma característica inerente ao método Pilates que
trabalha com os músculos alongados enquanto realizamos movimentos contra
resistência e sobrecargas reduzidas.
Outra questão é:
Quantos de nossos alunos são atletas de
ponta, que não poderiam se beneficiar das vantagens de um programa de
alongamento, ainda que em alguns momentos (raríssimos nas aulas de Pilates)
estático? Já que não há dúvida que estes alongamentos estáticos nos trazem
também benefícios importantes?
Para que não nos abalemos mais com reportagens, muitas vezes
de cunho quase sensacionalista, devemos ter senso crítico apurado com o que lemos
na mídia, principalmente quando nossos alunos nos questionam a respeito.
Temos que ter em mente que tanto nossa prática quanto nosso
bom senso deve estar embasado em estudos de qualidade e desta forma, poderemos
responder com segurança também as indagações de nossos alunos.
O lado positivo de questionamentos e polêmicas é a
oportunidade de pesquisar, refletir,
confirmar ou repensar nossas convicções e só assim, teremos real crescimento profissional,
confiando sempre nos princípios do método Pilates, cujos resultados estão sendo
justificados cientificamente cada vez mais, não bastasse nossa própria
constatação na prática diária.
Continuemos então com tranqüilidade e segurança oferecendo o
melhor a nossos alunos.
Para nos auxiliar a esse respeito, citamos uma série de
artigos que valem a pena serem lidos, fruto de uma revisão de trabalhos
científicos apresentado em um seminário de Pós-graduação realizado em 2012
pelas fisioterapeutas Ana Paula Lameu e
Sarah Rubia Ferreira de Meneses da disciplina MFT5712 Avanços em Biomecânica
Clinica e de Materiais Biológicos do Programa de Mestrado Ciências da
Reabilitação do Departamento de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia
Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, sob
coordenação e orientação da Professora Dra. Isabel Sacco.
Bom estudo!
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